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Algodão: Confira estratégias para o produtor aproveitar o cenário otimista

O plantio da safra brasileira de algodão avança em ritmo acelerado e dentro da janela ideal de plantio. A alta nos preços do algodão estimulou o aumento da área plantada e o clima favorável também promete boas produtividades, que devem levar a um crescimento de 15% na produção da safra 2021/2022. Neste momento o produtor deve ficar atento e aproveitar as oportunidades. Os preços do algodão no mercado internacional estão em alta, influenciados por fatores como a recuperação das economias no mundo, com a gradual reabertura após os fechamentos provocados pela pandemia. Isso gera aquecimento na demanda pelo algodão, como explica o analista da Safras & Mercado, Gil Barabach. Outro estímulo importante à alta dos preços é o aumento das cotações do petróleo, principalmente em função do cenário geopolítico de tensão entre a Rússia e países ocidentais por causa das ameaças de invasão militar da Ucrânia pela Rússia. A correlação entre os preços do algodão e do petróleo é devido à demanda pela fibra natural (algodão) frente à da fibra artificial (poliéster), que usa derivados do petróleo para sua fabricação. Quando o preço da fibra artificial aumenta em decorrência da alta do petróleo, a demanda por algodão aumenta, impulsionando os preços. No mercado interno, os preços também são puxados pelo período de entressafra, com pouca disponibilidade da fibra no mercado, e menos exportações. O preço do produto posto em São Paulo (sem ICMS) subiu 9% do início de janeiro até o dia 10 de fevereiro, para R$ 7,05 a libra-peso, diz Barabach. Os especialistas acreditam que os preços devem continuar atrativos para o produtor. Barabach recomenda que o produtor faça uma gestão correta das suas margens de lucro, especialmente nesta época de alta nos custos, com insumos mais caros. Desta forma, o cotonicultor precisa travar seu preço com as tradings ao mesmo tempo em que trava seu custo. O produtor precisa aproveitar as oportunidades que aparecem no mercado e não ficar preso apenas aos preços do insumo, mas sim focar nas relações de troca entre volume de produção necessário para aquisição dos insumos, aconselha superintendente do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA), Cleiton Gauer. Produção em alta Quase 80% da área destinada ao cultivo do algodão em todo o país já foi semeada, de acordo com o quinto levantamento da safra brasileira de grãos 2021/2022 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado em 10 de fevereiro. A projeção da Conab é que a produção nacional da pluma aumente cerca de 15% em relação à safra anterior, chegando a 2,71 milhões de toneladas. Preços em alta e plantio dentro da janela ideal são alguns dos motivos para o crescimento.

Em Mato Grosso, o maior produtor nacional da fibra, cerca de 69% da área com algodão já havia sido semeada até o final de janeiro, e este índice deve alcançar 90% na segunda semana de fevereiro, de acordo com o superintendente do IMEA, Cleiton Gauer. A produção da pluma no estado é projetada em cerca de 2 milhões de toneladas em 2021/2022, contra 1,67 milhão de toneladas na safra anterior. Os modelos climáticos de longo prazo apontam volumes de chuva acima da média para os próximos meses, principalmente no mês de abril, o que pode colaborar para a reposição do armazenamento de água no solo, de acordo com o IMEA. Isso deve favorecer o desenvolvimento final do algodão em Mato Grosso. Diante do atual cenário, o IMEA revisou a produtividade para 290,90 arrobas por hectare em fevereiro, avanço de 0,99% em relação ao relatório divulgado em janeiro.