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Cafés especiais: mercado em expansão deve melhorar renda do produtor

Apesar das dificuldades logísticas em 2021, o Brasil seguiu avançando nas exportações de café, principalmente nas vendas dos chamados cafés especiais, de qualidade diferenciada. Enquanto a receita das exportações de café em geral subiu 10,3% de janeiro a dezembro, na comparação com o mesmo período de 2020, as vendas de cafés especiais atingiram US$ 1,591 bilhão, um aumento de 25,5% em relação ao ano anterior. Os dados são do Cecafé, Conselho dos Exportadores de Café do Brasil.
Com demanda crescente e melhores preços pagos aos cafeicultores, a produção de grãos especiais no Brasil vem aumentando significativamente nos últimos anos. O movimento está relacionado à adoção de práticas de produção mais modernas e sustentáveis, que passam a atingir diferentes tamanhos de propriedade rural.

A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA, na sigla em inglês) estima que a produção de cafés especiais no país esteja em torno de 10 milhões de sacas, contra 1 milhão de sacas há alguns anos. O número é significativo, já que a produção total de café é estimada em 55,7 milhões de sacas em 2022, de acordo com o primeiro levantamento da safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Na estimativa da BSCA, são considerados todos os cafés que obtêm notas acima de 80 pontos na análise sensorial.

Nos dois últimos anos, o Brasil conseguiu ampliar mercados para seus cafés especiais, vendendo para nações como a Coreia do Sul, Austrália e Emirados Árabes Unidos, diz o presidente da BSCA, Henrique Cambraia. Entretanto, os mercados tradicionais, como Japão, Estados Unidos e Europa também vêm apresentando crescimento no consumo de cafés especiais e na compra do produto brasileiro.

A grande virada nos últimos anos foi o Brasil passar a ser reconhecido no exterior como uma grande base de blends de cafés especiais, diante das diferentes produções ligadas a diferentes microclimas. “São vários sabores em uma única fonte”, enfatiza Cambraia.

Fazendo as contas, quanto maior for o consumo de cafés especiais no mundo, maior a demanda por grãos brasileiros, já que cerca de um terço destes cafés precisa ser daqui. Isso porque aproximadamente um terço de todo o café consumido globalmente vem do Brasil, explica o presidente da BSCA. E o mercado dá sinais de que a trajetória de alta da produção brasileira destes grãos deve continuar.

De 2021 para cá, houve um aumento dos preços dos cafés especiais. Atualmente, os preços dos grãos de mais alta qualidade estão de certa forma desconectados dos valores praticados na bolsa de Nova York, onde a commodity é negociada. Então, a volatilidade é menor comparada aos preços da commodity. Isso explica porque no ano passado os preços não tiveram o mesmo reajuste que a commodity. Entretanto, é comum ver compradores pagando prêmios acima da bolsa. Atualmente, os preços dos cafés especiais flutuam entre US$ 2,5 e US$ 3 a libra-peso. Por outro lado, os lotes que participam de concursos de qualidade chegam a valer US$ 10 a libra-peso. E os lotes premiados em concursos ou os chamados microlotes (com até cinco a seis sacas) podem alcançar preços de US$ 50/libra-peso.

Fique ligado no blog da Satis, em breve vamos dar dicas para quem quiser investir na produção de cafés especiais.