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Falta de insumos no campo: confira algumas estratégias para enfrentar o problema

Atrasos na entrega de defensivos e fertilizantes e custos mais elevados vêm sendo a marca do início da safra 2021-22. O problema tem diversas razões como demanda aquecida, dificuldades na China e custos logísticos mais altos em todo o mundo. Mas qual será a estratégia do produtor para lidar com o problema? Confira algumas dicas dos especialistas.

Análise e construção do perfil de solo

Produtores que investem na análise de solo, identificando as reais necessidades de cada área, tem mais chances de enfrentar as adversidades causadas pela falta de alguns insumos. Ao adotar o aparato da análise de solo, a utilização do fertilizante se torna muito mais assertiva.
Aqueles que preventivamente vêm trabalhando na construção do perfil de solo, buscando o equilíbrio dos nutrientes, serão menos afetados por uma eventual redução do fertilizante, mesmo utilizando uma dose abaixo do ideal. Isso porque se, ao longo dos anos, o produtor vem utilizando teores adequados, faz uma espécie de "caderneta de poupança" para o solo, podendo trabalhar com este saldo em anos de escassez.
A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) divulgou recomendação aos agricultores para que considerem a reserva de solo na hora de decidir sobre a quantidade de adubo que vão comprar. Na avaliação da entidade, muitas vezes é possível usar menos produtos em tempos de crise, destacando que alguns insumos mais que dobraram de preço e que não há necessidade de endividamento. A Aprosoja reiterou, no entanto, que o produtor deve buscar uma consultoria agronômica para avaliar quais as opções para sua lavoura.

Planejamento estratégico

O problema da falta de insumos tende a se agravar na safra 2022/2023. Em Mato Grosso, por exemplo, maior produtor de grãos e oleaginosas do Brasil, estima-se que 95% dos fertilizantes que foram comprados para a safra 2021/2022 já tenham sido entregues, de acordo com dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). A maior preocupação é com o próximo ciclo já que a China e a Rússia vêm anunciando a cada semana novas medidas que restringem as exportações da matéria-prima para os fertilizantes.
Neste cenário, fazer um planejamento de médio e longo prazo pode fazer toda a diferença. O produtor que até então não vinha investindo tanto na construção do perfil de solo, por exemplo, pode começar imediatamente e já garantir resultados para a próxima safra.
Ter controle sobre o custo de produção, saber a tendência para os preços e definir a rentabilidade desejada, também é fundamental. Em tempos de custos mais elevados e perspectiva de boa colheita, devido às condições climáticas favoráveis, neste início da safra 2021/2022, há riscos de que os atuais patamares recordes de preços agrícolas possam perder sustentação, o que agravaria a situação. Neste sentido, planejar a comercialização também se torna tarefa obrigatória.

Uso racional de defensivos e fertilizantes

Sabemos que muitos produtores vinham reduzindo o intervalo de aplicações entre fungicidas, por exemplo. Mas no cenário de escassez de insumos e de alta de preços, esta estratégia pode virar um problema. Os especialistas recomendam que os intervalos obrigatórios sigam sendo cumpridos, mas uma saída pode ser tentar otimizar a eficácia das aplicações de fungicida ao longo da janela de intervalo. Um dos caminhos para fazer isso é associar princípios ativos que tenham modo de ação diferente. O uso de soluções da Satis como o Tatic e o Fulland, por exemplo, que potencializam a eficiência dos produtos e atuam como indutores de resistência, pode ser uma alternativa para garantir a produtividade.

Evite o desperdício

Sabe-se que a eficiência de um determinado produto aplicado é totalmente e diretamente relacionada com a qualidade da aplicação da substância na lavoura. No caso dos defensivos, o uso de adjuvantes adequados é uma das dicas fundamentais.
Esta é uma safra em que desperdiçar não é uma opção, então é necessário a utilização de pulverizadores calibrados, além de adjuvantes corretos, capazes de potencializar a ação dos defensivos. Desta forma evita-se prejuízos como aqueles causados pela deriva, pela evaporação muito rápida e é possível garantir que o princípio ativo vai chegar ao alvo.
No caso dos fertilizantes, o desperdício também pode ser evitado. Um problema comum é aplicar no momento errado, em condições climáticas desfavoráveis. Por isso é sempre necessário consultar um agrônomo de confiança. Outra fonte frequente de desperdício é o equipamento de aplicação sem a calibragem correta. Já pensou qual o prejuízo financeiro se você pretendia aplicar 100kg de cloreto de potássio, por exemplo, e o equipamento deixa cair 120kg? Uma tonelada deste fertilizante custa cerca de R$ 5 mil atualmente, basta fazer as contas. De acordo com a Confederação Nacional de Agricultura (CNA), o preço deste fertilizante subiu 152% de janeiro até setembro deste ano.

Invista na suplementação nutricional

Este ano o produtor vai precisar mais do que nunca da adubação foliar, como complemento. Enquanto a matéria-prima de fertilizantes tradicionais subiu até 400%, no caso dos foliares o reajuste, quando verificado, tem sido bem mais modesto, o que viabiliza financeiramente o investimento. Até o momento não há risco de desabastecimento para os fertilizantes foliares, dizem os especialistas.
Outra estratégia interessante pode ser o fortalecimento do sistema radicular das plantas. Uma vez que não será possível ofertar a quantidade de nutrientes necessária, um sistema radicular mais robusto pode ser o grande aliado. Isso porque vai permitir uma melhor exploração dos nutrientes aportados e também daqueles já existentes no solo. Há produtos no mercado que auxiliam o crescimento radicular das plantas, os chamados enraizadores, vale mais uma vez conversar com um consultor agronômico da sua confiança e pedir a orientação.
Conforme comentamos, fazer estes investimentos agora pode ajudar o produtor a minimizar os problemas até na safra 2022/23, quando a falta de insumos pode se agravar. Se nada for feito, o produtor corre o risco até de parar a produção em algumas áreas, que não teriam um ambiente de solo preparado para enfrentar a falta de nutrição, alerta o Gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da Satis, o engenheiro agrônomo, Aedyl Lauar, conhecido como Kid, que tem mais de 30 anos de experiência na área.