Incorporação de genes de resistência torna as hortaliças mais resistentes
Renata Castoldi * Doutora em produção vegetal e professora do Instituto de Ciências Agrárias da UFU
A maneira mais eficaz de tornar uma planta resistente a uma determinada doença é através da incorporação de genes de resistência, a qual é feita por meio de métodos de melhoramento genético. A utilização de híbridos com genes de resistência é também a alternativa que apresenta menor impacto ambiental. Pelo fato de as hortaliças serem espécies de ciclo curto e de cultivo intensivo, todas são acometidas por inúmeras doenças.
Confira algumas:
- Tombamento: conhecida por “damping-off”, ocasiona necrose na base do caule da planta, acompanhada de redução do diâmetro da parte afetada e tombamento da plântula. Os agentes causais mais importantes são Rhizoctonia solani e Pythium spp;
- Podridões: ocorrem em vários órgãos das plantas, desde a raiz até flores e frutos. Os sintomas caracterizam-se pela degradação das células vegetais, resultando em áreas afetadas de aspecto seco ou encharcado. Tanto fungos quanto bactérias podem ocasionar podridões;
- Murchas: os principais sintomas são murcha das folhas e o escurecimento dos vasos. Entre os principais patógenos causadores destacam-se: Fusarium oxysporum, Verticillium dahliae e Verticillium alboatrum e a bactéria Ralstonia solanacearum;
- Antracnoses: os sintomas variam conforme a parte afetada. Por exemplo, no caule os sintomas são lesões pequenas que se alargam e alongam e, quando em grande número, coalescem. Espécies de Colletotrichum são as mais frequentemente associadas à Antracnose;
- Manchas foliares: vários fungos estão associados a manchas foliares, sendo que os gêneros mais comuns são: Cercospora, Septoria, Stemphylium e Mycosphaerella;
- Míldios: os sintomas são mais comumente verificados nas folhas das olerícolas, caracterizados por manchas de coloração verde clara e amareladas. Nessas áreas, na face inferior da folha, sob condições de alta umidade relativa, é possível observar estruturas dos patógenos;
- Oídios: a diagnose da doença é facilitada pela abundante formação de crescimento branco e pulverulento na superfície adaxial das folhas;
- Ferrugens: os sintomas caracterizam-se pela formação de pústulas de coloração e aspecto ferruginoso;
- Podridões: devido as hortaliças demandarem muita água, são afetadas por inúmeras podridões ocasionadas por bactérias, tal como Pectobacteriumspp., causando perda total do produto afetado;
- Manchasfoliarese queimas: são doenças causadas principalmente por bactérias do gênero Pseudomonas e patovares de Xanthomonas campestres;
- Murchas: a principal doença é causada por Ralstonia solanacearum, sendo comum em hortaliças da família Solanaceae, como: batata, tomate e berinjela;
- Doenças causadas por nematoides: destacam-se as espécies de Meloidogyne, que causam galhas radiculares;
- Doençascausadasporvírus: ao contrário dos fungos e nematoides, os vírus não penetram diretamente nos tecidos das plantas, são inoculados em plantas sadias comumente por meio de artrópodes vetores, enxertia e/ou por transmissão mecânica;
A planta, sob condições de estresse induzido pela doença, reage com mecanismos de proteção, que levam ao crescimento abaixo do ideal, refletindo em mudanças em variáveis como: conteúdo de clorofila ou temperatura superficial e índice de área foliar, o que resulta em uma resposta espectral distinta da vegetação saudável. Por isso, através do sensoriamento remoto é possível obter informações de objetos físicos e do meio ambiente, por meio do registro, medição e interpretação de imagens e representações digitais de padrões de energia.
Uma das formas é utilizando sensores, sejam eles visíveis, multiespectrais, térmicos ou hiperespectrais. As doenças parasitárias têm como fatores causais micro ou macroorganismos parasitas, como fungos, bactérias, vírus, micoplasma, algas e animais parasitas, que modificam processos fisiológicos nas plantas. No entanto, apesar do avanço dessas ferramentas no Brasil, ainda são mais utilizadas em grandes culturas, tais como soja e milho, havendo necessidade de expansão do uso para olerícolas.
*Referência de apoio utilizada: FONTES, P. C. R. Olericultura: teoria e prática. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, 2005.