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Milho segunda safra: saiba o que esperar em 2022

Apesar das dificuldades com a safra de verão, marcada pelo tempo seco na região Sul do Brasil, a expectativa segue otimista para o milho "safrinha" ou segunda safra, hoje responsável pela maior parte da produção brasileira do cereal. Além de uma safra maior, a previsão é de que os preços do milho sigam firmes no primeiro semestre do ano, período em que a oferta deve ficar mais restrita.

O relatório da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgado em janeiro manteve em 86,3 milhões de toneladas a estimativa para o milho segunda safra, o que representa um aumento de 42% em relação à temporada 2020/2021. O avanço está relacionado ao plantio dentro da janela ideal, que ajuda a garantir boas produtividades e também ao aumento da área plantada, que agora é estimada em 15,8 milhões de hectares, ante 14,9 milhões de ha na safra de inverno do ano anterior. O plantio do milho segunda safra já está em andamento no Paraná e em Mato Grosso, onde até o dia 14 de janeiro, 1,57% da área prevista já havia sido semeada.

Consultorias privadas vêm divulgando estimativas ainda mais otimistas para a segunda safra de milho. A Agroconsult, por exemplo, que está iniciando o chamado Rally da Safra, prevê a produção de 94,8 milhões de toneladas, um crescimento de 56% sobre a safra anterior. No caso da safra de verão, bastante prejudicada pela falta de chuva nos estados do Sul e em Mato Grosso do Sul, a produção prevista é de 24,5 milhões de toneladas, abaixo dos 29,3 milhões de toneladas projetados inicialmente. Mesmo assim, a safra total de milho em 2021/2022, segundo a Agroconsult, poderá chegar a 119,4 milhões de toneladas, bem acima das 85,9 milhões de toneladas produzidas no ciclo 2020/2021, que foi prejudicado pela seca e pelas geadas durante o inverno.

A Safras & Mercado também reduziu a estimativa para a primeira safra de milho, devido às perdas de produção causadas pelo fenômeno La Niña, especialmente no Paraná e no Rio Grande do Sul. Porém, a consultoria elevou levemente as projeções para a segunda safra. De acordo com o analista Paulo Molinari, na safrinha 2021/2022 a área deverá crescer 1,1% na comparação com os 14,401 milhões de hectares cultivados em 2020/21, atingindo 14,561 milhões de hectares, acima dos 14,345 milhões de hectares previstos em dezembro pela Safras & Mercado. “A produção da segunda safra 2021/22 deverá chegar a 82,051 milhões de toneladas, acima das 57,153 milhões de toneladas colhidas na segunda safra 2020/21 e à frente das 81,697 milhões de toneladas de milho previstas para a safrinha em dezembro” destacou Molinari.

Neste cenário, os analistas acreditam que o produtor poderá ter preços remuneradores no primeiro semestre de 2022, já que a oferta da safra de verão será menor do que o previsto. Já no segundo semestre, caso se confirme clima favorável na segunda safra, as cotações podem cair, destacam os especialistas. "Nós teremos um estoque de passagem baixo, prioridade logística no primeiro semestre é a soja e, de outro lado, empresas consumidoras de milho precisando comprar, por isso teremos preços mais elevados neste período, que será de aperto no mercado", afirmou Roberto Carlos Rafael, da Germinar Corretora.