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Safrinha de milho: previsão é de chuva abaixo da média em diversas regiões

O plantio da segunda safra de milho avança e o produtor está de olho no clima para saber se vai ser possível garantir boa produtividade este ano. E os meteorologistas alertam: as chuvas deste outono devem ficar abaixo da média em algumas das principais regiões produtoras de grãos no Brasil.

O meteorologista da Somar, Celso Oliveira, explica que esta tendência de chuvas abaixo da média histórica deve ser registrada em Mato Grosso do Sul, São Paulo, grande parte de Minas Gerais como triângulo mineiro, sul e zona da mata, além de boa parte do Nordeste do Brasil, com exceção do sul da Bahia. "A safra de milho costuma ser repleta de riscos climáticos, ainda mais se levarmos em consideração os atrasos no plantio que fazem com que o milho possa estar numa fase fenológica mais suscetível à falta de umidade e, neste período, é normal parar de chover”, explica ele.

A equipe da Somar também prevê volumes abaixo das médias climatológicas no Tocantins, norte de Mato Grosso, norte do Pará e sul do Amapá. Nestas áreas, e também no norte de Goiás, ainda deve haver boa quantidade de chuva em abril, mas depois disso o volume vai diminuir aos poucos, totalizando média inferior aquela que vinha sendo registrada historicamente no outono. Cada região poderá sentir efeitos diferentes deste padrão climático, mas é provável que o milho tardio fique mais suscetível.

No Paraná, outro importante estado produtor de milho segunda safra, a situação não é diferente. Já nas primeiras semanas de outono a chuva começa a diminuir gradativamente. Outro alerta dos meteorologistas é com as ondas de frio, já que a primeira queda de temperaturas é esperada para meados de maio. Porém, a expectativa é de que a estação seja mais quente que o normal no noroeste do Paraná, oeste e norte de São Paulo, oeste de Minas Gerais, toda a região Centro-Oeste do Brasil, sul do Pará, Tocantins, no chamado Matopiba e também entre o oeste de Pernambuco e o sul do Ceará. Todas as outras áreas do Brasil devem ter temperaturas dentro do normal.

A situação preocupa porque o balanço do verão não foi favorável. Segundo a Somar meteorologia, nos últimos 3 meses algumas regiões tiveram 270mm a menos de chuva, na comparação com a média histórica. Foi o caso de São Paulo, Minas Gerais e também áreas da região Centro-Oeste.

Apenas o sul do Rio Grande do Sul deve ter a chuva acima do normal neste outono. De qualquer forma, os produtores da região sul como um todo devem ficar atentos ao possível aumento no custo com energia elétrica. “Mesmo que os desvios não sejam tão extremos vale salientar que é preocupante a situação já que no período chuvoso muitos reservatórios do centro-sul do Brasil não tiveram uma elevação significativa no seu volume e com isso, alguns locais podem ter problemas de abastecimento e até mesmo mudar a bandeira tarifária da energia”, explica Celso Oliveira. Ele lembra que o sul do Brasil já vem de uma crise hídrica que, mesmo que esteja amenizada, pode voltar. “Há dez anos o Brasil apresenta chuva abaixo da média em boa parte do território no verão e isto impacta diversos setores da economia, não só a agricultura”, diz.