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Venda de biológicos deve crescer 33% em 2021

As vendas de defensivos agrícolas biológicos devem crescer 33% este ano no Brasil. Os dados foram apresentados pela CropLife, entidade que representa a indústria de defesa vegetal no País. O volume comercializado deve atingir R$ 1,79 bilhão em 2021 e tem potencial para chegar a R$ 3,69 bilhões em 2030, um aumento de 107%, de acordo com os dados do levantamento feito pela consultoria Blink.
O maior crescimento no uso de biológicos vem sendo registrado na cultura da soja. Este ano o setor da oleaginosa deve ter um salto de 39% nas vendas destes produtos, com receita estimada em R$ 829 milhões. A soja também aparece com o maior percentual de participação nas vendas totais de biológicos, já que deve representar este ano 46% do mercado.
O sócio-diretor da consultoria Blink, Lars Schobinger, explicou durante evento transmitido na internet que o avanço na soja está relacionado não apenas ao maior nível de capitalização dos produtores, mas também devido à grande incidência de pragas e doenças, e ao grande número de lançamentos de produtos voltados a esta cultura nos últimos anos.
Outro setor que se destaca é a cana-de-açúcar, que hoje representa 20% do total das vendas de defensivos biológicos. Todos os segmentos pesquisados apresentaram avanço no consumo destes produtos. Na área de frutas e hortaliças, por exemplo, as vendas devem subir de R$ 114 milhões registrados no ano passado, para R$ 131 milhões em 2021.
Os chamados produtos biológicos são aqueles desenvolvidos a partir de um ingrediente ativo que seja natural, considerado "ativo biológico". O uso deste tipo de defensivo permite a manutenção de insetos benéficos na lavoura, os inimigos naturais de pragas, que podem reduzir a dependência de aplicações constantes de outros produtos.
As previsões otimistas para 2030 foram baseadas nos dados de evolução do mercado brasileiro nos últimos anos. A diretora executiva de biológicos da CropLife, Amália Borsari, destacou que o mercado quase triplicará o valor em 2030 em comparação com 2020. Ela pondera, no entanto, que a taxa de adoção desta tecnologia ainda é baixa quando se compara com o mercado geral, já que a percentagem dos produtores que já adotaram a prática de manejo integrado com biológicos chega em torno de 20% da área de produção no Brasil. "Mas este número está crescendo a cada ano”, ressaltou a dirigente.